Por que o Ocidente quer a vitória da Ucrânia?
Dividir para dominar
Carlos Alberto da Silva Santos Braga
(Acadêmico Correspondente)
Não, não me posicionei a favor da Rússia e nem tampouco de Putin no post anterior, cuja temática continua a ser a luta pelo poder. A guerra entre a Ucrânia e a Rússia baseia-se na mais antiga tática do poder: dividir para dominar.
O fato de ser abordada o questão política que tende à direita em contrapartida à social-democracia - o comunismo do capitalismo - decorre do pensamento reinante nos meios de comunicação social e manipulação da opinião pública, onde tudo que é contrário à social-democracia é considerado como extrema-direita.
A vitória da Ucrânia poderá desencadear um processo de cisão da Federação Russa, onde as suas 89 subdivisões federais, sujeitas aos mesmos direitos e deveres de acordo com a Constituição da Federação Russa, em tese, tenderiam à luta pelo poder e dominação de outras subdivisões internas e tal qual a África, seria jogada à própria sorte, ou na verdade, à própria desgraça.
Afinal o equilíbrio de forças deixaria de existir e o povo que hoje faz parte da Federação Russa pagaria pelos anos da guerra fria e da culpa pela perseguição aos judeus. Nada diferente do que hoje se vê no Oriente Próximo.
Não haverá paz entre Rússia e Ucrânia, assim como não há paz entre Israel e Palestina, ambos são povos com questões milenares a serem resolvidas. Em ambos os casos há uma imposição da Comunidade internacional à custa de forças letais e, em ambos os casos, de nada valerá as ações da ONU. Não nos esqueçamos de que a Rússia é membro permanente e com poder de veto no Conselho de Segurança daquele organismo supranacional.
A única forma de acabar com o poder da Rússia é extinguindo a Federação Russa, que não existindo, não poderá impor restrições às intenções da OTAN e assim a ONU não mais será uma Liga das Nações, passando a ser um órgão ratificador dos interesses Americanos e Europeus.
Não é optar entre Rússia ou Ucrânia, com o discurso de preservação da vida - principalmente dentro do sistema legal reinante onde o aborto é livre - é sim optar pelo equilíbrio das forças, pela negociação para o fim da guerra, ou seja, pelo armistício.
Já se perdeu em não negociar tempestivamente, em estimular o uso de armas, em remanejar recursos logísticos, em apostar na inocência de um povo - o ucraniano - de que a OTAN daria suporte necessário para o alcance dos seus objetivos, da sua liberdade e da sua independência, basta apenas olhar para trás e perceber que nada correu bem nos países onde a OTAN valeu-se de discurso semelhante.
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