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Foto do escritor Carlos Alberto da Silva Santos Braga

HONRA E GLÓRIA À ORDEM CULTURAL MILITAR MARANHENSE



HONRA E GLÓRIA À ORDEM CULTURAL MILITAR MARANHENSE


Maj QOPM PMMG RR Carlos Alberto da Silva Santos Braga



Caras confreiras e caros confrades do Sodalício Militar Maranhense, Senhoras e Senhores, boa-noite!


Até período muito recente, nos meios culturais do Brasil, época em que o acesso à informação e às múltiplas possibilidades de conhecimentos, viagens, estudos e participações em eventos culturais eram restritos ao público e atores mais abastados financeiramente, tinha-se a impressão de que a cultura - principalmente a literária e museológica - era objeto de consumo das pessoas mais ricas e por isso, os Sodalícios eram tratados como locais inacessíveis.


Mas como tudo na vida são as palavras de Giambatista Vico, um curso e recurso, onde, como na economia e no modo de vida, se replicam os modelos culturais a partir das culturas mais adiantadas para aquelas em processo de evolução, nossa sociedade, por felicidade do progresso, atinge um patamar cultural que nos permite ir além do simplesmente produzir Conhecimento, permite a nós a etapa seguinte: assimilar o entendimento, pois conhecendo e entendendo, compreendemos.


Compreender é uma etapa acadêmica que distingue aqueles que não mais replicam o Conhecimento, mas o fazem transformar ao entendimento da comunidade local. Somos por questões éticas aqueles que traduzem para o ambiente nativo das nossas comunidades a ambivalência dos conceitos e a adequação à capacidade cultural da nossa comunidade. Pois de outra forma seríamos como aquele incauto tradutor, que não conhecendo a realidade de um determinado país e nem tampouco a época em que as ideias foram construídas, traduz o seu texto com base nos princípios e comportamentos atuais.


Não, já não somos apenas conhecedores, somos uma sociedade de entendedores, pois sendo apenas conhecedores em nada nos diferenciamos dos buscadores de palavras existentes nos meios digitais. Se assim o fôssemos, nos igualaríamos aos algoritmos, sua única função, responder conforme o parâmetro do questionamento.


Somos maiores, somos entendedores, a nossa função não é apenas dar respostas ao Conhecimento produzido, mas adequar a resposta ao nível de compreensão do nosso interlocutor. Discernir, a partir do questionamento apresentado, o nível de entendimento do público e só após construir uma resposta que seja possível de entendimento por parte deste mesmo público, às vezes construir um caminho que nos obriga a ir além de simplesmente responder, mas sentir no outro o conforto e o respeito que deriva do Entendimento.


Ao ser chamado para participar deste Sodalício, por muitas vezes procurei me eximir da responsabilidade. Sinceramente não me acho capaz de aqui estar e nem tampouco compor os seus quadros. Mesmo reticente à ideia, aceitei a hipótese de aqui estar e aqui estando obrigo-me a mim no fazer o meu melhor e de fazer crescer a Ordem Cultural Militar Maranhense de codinome AMCLAM - Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares.


Fazer parte do seu corpo é a oportunidade que me foi apresentada, como reconhecimento meu ao povo do Maranhão, por permitir que o meu Estado - as Minas Gerais - participasse da formação profissional da Ordem Militar do Estado do Maranhão, este fato muito me engrandece e muito eleva o conceito do patrimônio material e imaterial daquela que se apresenta como o meu objeto de estudo preferido: A Academia da Polícia Militar de Minas Gerais.


Foi naquela Instituição de Ensino Superior que se construíram os laços que hoje nos unem. Naquela Casa, no ano de 1987, há exatos 35 anos comemorados no dia 10 de outubro último, eu e o Excelentíssimo Senhor Presidente deste Sodalício, o Senhor Coronel PM da Polícia Militar do Estado do Maranhão Carlos Augusto Furtado Moreira, éramos declarados Aspirantes-a-Oficial Policial-Militar, o equivalente à colação de grau do sistema civil de ensino.


Pauto a minha produção literária nos ensinamentos estoicos de Marco Aurélio, onde a única verdade possível é a verdade necessária e, na essência do pensamento quântico, valho-me da antítese do Pensamento Hobbesiano, pois procuro ver as virtudes dos outros bem de perto e as minhas ao longe, ao passo que procuro ver os meus erros bem de perto e os dos outros bem ao longe, porque sei que as virtudes me farão crescer e os erros me permitirão entender que a vaidade é a mãe do fracasso. Assim caminhando, rememoro Hermes Trismegisto e não causo sofrimento à minh’alma.


Não, não sou o mais importante, a minha obra não é o mais importante, o mais importante é a gratidão de ser lembrado por uma Ordem Cultural Militar de um Estado que pouco conhecia, mas que ostenta em sua capital uma beleza arquitetônica que muito se aproxima da minha Braga, Capital da Galiza Romana, na Região do Minho em Portugal, meu toponímico e de onde o acúmulo de Conhecimento, nos sete anos em que lá tive a Graça de viver, me permitiram chegar onde estou.


Qualquer palavra que se escreva, já não terá sentido, por isso, a par do pensamento de Fernando Pessoa, que na visão do povo português é o mais português dos poetas portugueses, sei que tudo vale a pena quando a alma não é pequena, só me restando o respeito que se incorpora na frase que se constrói: HONRA E GLÓRIA À ORDEM CULTURAL MILITAR MARANHENSE.


Meu muito obrigado.

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