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  • Foto do escritor Carlos Alberto da Silva Santos Braga

A ética do Conhecimento como argumento da validação histórica | Carlos Braga



O espaço virtual PontoPM recepcionou uma publicação de minha autoria intitulada “A validação histórica como motivação ao Conhecimento”, cujo link se segue: https://pontopm.seg.br/a-validacao-historica-como-motivacao-ao-conhecimento/ e que neste momento, após conversar com vários mentores intelectuais, pude perceber que algo de suma importância demanda um aprofundamento. Esse algo é a ética do Conhecimento como argumento da validação histórica.


Na busca de uma verdade definitiva e mesmo com todas os recursos disponíveis, os argumentos estruturais sobre determinado fato ou evento que se possam contrapor num exercício de validação histórica, recomendam a exata compreensão das verdades intrínsecas, que o primeiro investigador construiu, como hipótese de abordagem especulativa sobre aquele fato ou evento.


É notório que a vaidade do investigador que sucede ao proto-histórico é um fator corrosivo nos processos de validação histórica. O homem nos seus instrumentos de supremacia intelectual utiliza a desconsideração pelo trabalho precursor e primevo como arma de evitar o questionamento à parte do todo que desconhece. Processo claro de enfrentamento e desconsideração pelas hipóteses que afrontam o seu ego.


Compreender a dinâmica estrutural do investigador primitivo e dar sentido e significado, ao que historicamente se propõe interpretar, recomenda ao investigador-validador contemporâneo identificar com clareza o objeto e os seus objetivos, as informações visuais e o momento vivido pelo primeiro autor que se propôs a discutir o fato ou evento, a correlação da realidade de quem produziu as informações e o ânimo daquele que procurava alcançar uma interpretação insofismável restrita aos seus domínios bibliográficos, materiais, instrumentais e comportamentais.


Obviamente que a capacidade de ler e interpretar cumulativamente fatos ou eventos, só terá significado e valor, para aquele que observa, na hipótese de ser ele dotado de conhecimentos passados compatíveis com o objeto de seu estudo, onde a transformação em palavras, na observação de fatos ou eventos, não é retórica e nem tampouco aceita tal descrição como hipótese, porque mesmo sendo ideias, palavras e emoções exige o respeito ao conhecimento.

Sentir-se motivado na busca do conhecimento e a verdade mais próxima que se possa construir sobre o objeto da análise de um fato ou evento histórico, torna-se uma contemplação quando de forma ética nos é permitido compreender, através de uma investigação participativa, conviver com o autor dos primeiros estudos e ouvir desse autor os seus óbices, as suas dificuldades e as suas alegrias decorrentes da nova verdade apresentada.

Compartilhar com o investigador que o precede na busca da fresta perfeita e poder chegar o mais próximo possível de uma verdade insofismável é o que se manifesta como o instrumento de validação ético, respeitar o caminho que se busca e que não será o definitivo pois a interpretação compartilhada com quem primeiro se propôs na revelação histórica do fato ou evento é incorporada ao somatório do conjunto das experiências que se acumulam e permite ao conjunto do conhecimento produzir efeitos provocadores que variam em função do primitivo investigador e das suas possibilidades e daquele que tem a oportunidade de validar como se fosse um efeito auditor e corregedor dos caminhos que tornam a interpretação histórica do fato ou evento cada vez mais credível.


As falácias interpretativas que possam levar ao falseamento interpretativo da realidade primitiva do primeiro investigador e mesmos as construções inacabadas decorrentes de uma validação imprópria que careciam de um aprofundamento metodológico, não se traduzem em verdades acabadas, o novo investigador não se pode deixar consumir-se por variáveis equivocadas que interferem na forma como ele descortina parte do todo e conjugando com as informações produzidas primitivamente, eleva-se de uma inferência circunstancial para uma verdade mais próxima do acerto.


Conjugar o respeito e a admiração ética pelo trabalho primevo de uma validação histórica é uma arte de aplicação do conhecimento que permite ao investigador contemporâneo se reescrever na medida em que associando às novas frestas a realidade descrita pelo investigador primitivo, se apropria de novas imagens e as aprofundando metodologicamente, as torna compatíveis com os relatos, fatos e eventos abordados durante o processo de validação que de forma ética compartilha com o investigador primitivo, descortinando saberes, conhecimentos e detalhes antes despercebidos, decorrentes de uma experiência defensiva resultante da opção em evitar afrontar o novo.


Quando se opta pela ética como argumento de validação histórica, respeitando a memória e o peso do investigador primitivo, tem-se uma motivação que não se encerra no seu objeto, que faz crescer o respeito na mente de outros investigadores e cada vez mais aproxima-se da verdade insofismável, evitando-se o descrédito, o infortúnio, que conduzindo ao zelo nas informações transversais permite em síntese observações mais acertadas sobre a validação histórica de determinado fato ou evento.


Assim o emprego da ética do conhecimento como argumento de uma validação histórica é um exercício de resiliência e respeito aos argumentos proto-históricos, do investigador primitivo e aos registros primevos que permitem avançar na verdade insofismável do novo conhecimento que se busca transformar.



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