top of page

RACISMO: isso é uma vergonha!

  • Foto do escritor: Luiz Gonzaga Martins Coelho
    Luiz Gonzaga Martins Coelho
  • 13 de mar.
  • 2 min de leitura

*Luiz Gonzaga Martins Coelho

 

A frase eternizada pelo jornalista Boris Casoy — “Isso é uma vergonha!” — nunca foi tão apropriada para expressar a indignação diante de mais um episódio de preconceito que, lamentavelmente, voltou a manchar o futebol mundial. É inconcebível que, em pleno século XXI, ainda sejamos obrigados a testemunhar atos tão repugnantes quanto o ocorrido recentemente no Paraguai, quando o jovem jogador Luighi, do Palmeiras, foi alvo de ofensas racistas durante uma partida. A dor refletida em suas lágrimas revela não apenas a humilhação sofrida naquele instante, mas igualmente a ferida aberta por um preconceito estrutural que insiste em se perpetuar, mesmo em um ambiente que deveria celebrar a união e a diversidade.

O racismo manifestou-se de forma cruel durante a partida da Copa Libertadores Sub-20. Um torcedor do Cerro Porteño foi flagrado imitando gestos de macaco em direção ao jogador do Palmeiras — uma atitude abominável que expôs, mais uma vez, a face sombria do preconceito.

Profundamente abalado, Luighi deixou o campo em lágrimas, carregando não só a tristeza pela ofensa pessoal, como também o peso histórico de uma luta que ainda parece longe do fim.

Após o jogo, ainda visivelmente emocionado, o jogador desabafou sobre o ocorrido, destacando a dor profunda que sentiu e classificando o ato como um crime que precisa ser encarado com seriedade. Sua reação evidenciou não apenas a violência simbólica e psicológica do episódio, como a necessidade urgente de ações concretas contra o racismo no esporte.

Em solidariedade, todos os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro manifestaram apoio a Luighi e repudiaram veementemente o episódio de racismo. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também se posicionou, anunciando que tomará medidas junto à Conmebol para que os responsáveis sejam devidamente punidos, demonstrando que esse tipo de conduta não pode ser tolerado sob nenhuma circunstância.

Este lamentável incidente nos lembra que, apesar dos avanços, o racismo ainda persiste em nossa sociedade e no esporte. É imperativo que instituições esportivas, clubes e torcedores se unam para erradicar essa prática abominável, garantindo que o futebol — paixão mundial — seja, de fato, um ambiente de respeito, igualdade e inclusão para todos. Que a dor de Luighi não seja em vão e que sua coragem ao denunciar inspire mudanças efetivas e permanentes.



*Promotor de Justiça, titular da 45ª Promotoria de Justiça Especializada da Infância e Juventude do Termo Judiciário de São Luís/MA, ex-Presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Maranhão – AMPEM, ex-Procurador Geral de Justiça e membro da Academia Maranhense de Ciências, Letras e Artes Militares – AMCLAM.

Comments


logo1.png

© 2022-2025 AMCLAM    |  São Luís, Maranhão | Brasil 

bottom of page